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Com o crescente interesse pela sustentabilidade na construção civil, há uma maior demanda por opções mais ecológicas. O uso de materiais como blocos ecológicos, como os tijolos sustentável tem sido uma escolha popular. Essa técnica não é nova e já foi utilizada em construções famosas, como a Muralha da China, que começou a ser construída há muitos séculos.
Desde a antiguidade, muitos materiais de construção eram feitos com recursos naturais, como barro e pedras, combinados com outros elementos, como gorduras e fibras animais, para garantir a coesão. Hoje em dia, esses métodos foram modernizados e podem ser aplicados em diversos tipos de construções, especialmente em regiões menos industrializadas.
No entanto, ao considerar o uso de materiais alternativos aos convencionais e blocos ecológicos, é crucial garantir que a qualidade seja mantida. A durabilidade, resistência e qualidade de um feito de barro dependem de fatores como as propriedades do solo, o processo de compactação e os materiais secundários utilizados. Portanto, a durabilidade e a resistência podem variar de acordo com o produtor, tornando essencial avaliar qual marca e tipo de tijolo são mais adequados para cada tipo de obra.
Veja alguns projetos que usa tijolos sustentável
Tijolos de Mariana
Uma iniciativa recentemente reconhecida. Esse projeto utiliza uma técnica desenvolvida em laboratório pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para reutilizar o solo contaminado pelos resíduos da mineração. São produzidos de forma artesanal e estão sendo fabricados a partir dos materiais provenientes do rompimento da barragem ocorrido em Mariana, Minas Gerais, em novembro de 2015.
O objetivo inicial do projeto era expandir a produção em escala industrial por meio de financiamento coletivo. No entanto, devido à falta de recursos financeiros suficientes, o projeto teve que ser adiado nesse aspecto.
Essa iniciativa é relevante, pois busca soluções sustentáveis para lidar com os impactos ambientais causados por desastres como o rompimento da barragem. O reaproveitamento do solo contaminado, transformando-o em materiais de construção, demonstra a possibilidade de utilizar recursos disponíveis localmente, reduzindo a demanda por novos materiais e minimizando o impacto ambiental.
Bloco de terra comprimida (BTC)
O bloco de terra comprimida, também conhecido como tijolo ecológico ou BTC, é um tipo é composto por solo, água e geralmente um pouco de cimento ou cal, que é comprimido em prensas mecânicas. Esse tipo é mais estável do que o adobe, por exemplo, e costuma ser prensado. Os tijolos BTC, também chamados de solo cimento, geralmente não necessitam de massa de assentamento e permitem economia de materiais como ferro e concreto nas estruturas.
É importante ressaltar que o acompanhamento de um profissional de engenharia é essencial para garantir o uso adequado dos BTCs. Eles proporcionam conforto térmico em regiões de altas temperaturas e requerem uma fundação de cerca de 60cm em material isolante de umidade, como pedra, para evitar danos causados pela infiltração. Além disso, é essencial proteger as estruturas de BTC da chuva, por meio de telhados com beirais.
Vale ressaltar que as características dos BTCs podem variar de acordo com a marca e a técnica de produção utilizada. São amplamente utilizados no Brasil como uma tecnologia construtiva ecológica, devido ao menor uso de cimento e à dispensa da queima dos tijolos, o que contribui para a redução do desmatamento (pois a lenha não é necessária para a queima). Além disso, o preço do material costuma ser menor, tornando os BTCs uma opção viável para a construção de habitações de baixo custo.
Leia mais: Alvenaria estrutural: suas vantagens, os modelos mais usados e onde utilizá-los
Bloco Verde: tijolos sustentável a base de rejeitos da maricultura
A produção de moluscos na maricultura gera uma grande quantidade de resíduos, principalmente conchas que são descartadas após a colheita. Essas conchas costumam ser descartadas de forma inadequada, seja em terrenos baldios ou no fundo do mar, o que pode causar problemas ambientais, como o acúmulo desses resíduos e a obstrução da circulação de água nas baías. Isso afeta negativamente a própria atividade da maricultura, que depende de água limpa e saudável.
Para solucionar esse problema de descarte de conchas, uma empresa localizada em Biguaçu, Santa Catarina, desenvolveu o projeto Bloco Verde. Essa iniciativa consiste na criação de blocos ecológicos utilizando resíduos da construção civil e conchas descartadas pela maricultura. O material principal utilizado nesses blocos é o pó de conchas de ostras e mariscos, que é misturado aos resíduos da construção.
Os blocos ecológicos produzidos pelo projeto Bloco Verde possuem características físicas e de processo de fabricação especiais. São leves, porém apresentam uma resistência 30% maior em comparação aos blocos convencionais. Além disso, o uso desses blocos pode resultar em redução de custos em uma obra, pois aproveita-se materiais reciclados. O processo de fabricação também é sustentável, uma vez que a água utilizada é reaproveitada. Esses blocos têm uma vida útil estimada de mais de 50 anos.
Leia mais: Tipos de aços estruturais e qual escolher para o seu projeto
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