A terceirização chegou com força em todos os segmentos e no setor da tecnologia não foi diferente. Profissionais desta área estão cada vez mais requisitados e tem encontrado espaço em praticamente qualquer empresa graças a um profundo processo de transformação digital pelo qual passa o mercado.
Muitas empresas, no entanto, não tem tempo, espaço e recursos para montar seu próprio time de TI interno e justamente por isso a terceirização desse tipo de profissional tem ganhado tanta procura. Nesse sentido, desfazer os maiores mitos sobre a terceirização desse setor é fundamental para que as empresas tenham sucesso em suas iniciativas.
É justamente sobre isso que vamos falar neste texto, então pegue o seu papel e sua caneta e vamos nessa!
O cenário atual de TI e a terceirização
Com a pandemia impulsionando operações completamente digitais, é preciso, mais do que modernizar os processos já existentes, é preciso criar novos. E nesse sentido, é fundamental que as lideranças de TI confiem plenamente na resiliência operacional tanto de sua equipe interna quanto de seus fornecedores externos, baseados no modelo de terceirização de TI.
Alcançar os resultados que a organização almeja e conquistar um Retorno sobre investimento (ROI) positivo, envolve alguns fatores, como a compreensão clara do que é possível e, principalmente, do que não é possível nesse modelo de trabalho. Questões como que responsabilidades recaem sobre quem e de que funções e habilidades são necessárias são elementos chaves para o sucesso desse tipo de estratégia.
No entanto, nesses pontos, em particular, alguns mitos têm impedindo que os resultados alcancem o patamar que ambos, cliente e fornecedor, gostariam, mesmo que a terceirização de TI seja um modelo a cada dia mais popular entre boa parte das grandes organizações.
Os mitos da terceirização de TI
Que organização não teve, pelo menos uma vez, alguma frustração ou, na pior das hipóteses, prejuízos com terceirização de profissionais de TI? No dia a dia, empresas especializadas neste tipo de solução ouvem as mais diversas reclamações obstáculos enfrentado pelas empresas que contratam os serviços. E
Muitos desses motivos e desafios são realmente válidos, mas certas visões e expectativas precisam ser mais bem alinhadas para o bem do negócio que investe na terceirização do seu setor de TI, o que não acontece na maioria das empresas que não obtém sucesso no processo.
Vejamos, então, quais os principais mitos sobre terceirização de TI que ainda fazem com que organizações não alcancem sucesso em sua estratégia:
1. Custo é a única razão da terceirização de TI
No passado, a terceirização de TI pode até ter significado corte de custos. Agora, em um contexto de transformação digital ela é apenas um requisito, que sequer é o mais relevante na hora de se avaliar a qualidade na implantação do serviço.
Terceirização de TI é uma forma de conquistar habilidades cujo custo de aquisição e manutenção internas seria alto demais ou pouco estratégico para a organização. Veja que há uma diferença entre essa visão e a pura visão de redução de custos.
A visão do outsourcing exclusivamente sob o ponto de vista do custo acaba gerando um conflito de interesses que é inerente a qualquer tipo de terceirização e que pode sacrificar seu sucesso: de um lado, o cliente quer o melhor serviço, frequentemente pelo menor custo e de outro, está o fornecedor, que precisa manter sua margem.
Essa relação, envolve um tênue equilíbrio entre as melhores taxas e a gestão da conta e dos profissionais, além do controle de níveis de ociosidade. Essa tensão geralmente é a principal responsável pela taxa de insucesso das contratações de TI terceirizada e precisa ser bem equalizada para que todos se beneficiem do projeto.
Para tal, a organização precisa considerar o que é mais estratégico ou alinhado a seu propósito e objetivo ao selecionar um fornecedor de serviços de TI. Você está em busca da maior economia possível ou a habilidade e expertise em uma área específica? Adicionar capacidade operacional ao seu negócio ou quer uma parceria para orquestrar a transformação do mesmo?
Ou seja, nem toda contratação de um TI terceirizado precisa ser estratégica, mas, como há diferentes motivos pelos quais ela é buscada, deve existir um propósito bem claro e uma necessidade específica que a embase.
2. Terceirização de TI não traz valor
Muitos consideram que a terceirização de TI não traz valor para a organização, pois supostamente não leva a mais economia. Esse é mais mito.
De fato, há certos modelos de terceirização de profissionais de TI que não geram tanto valor, como o baseado exclusivamente em preço. Ele sempre será visto com um ônus para a organização, apesar de necessário. Mas há sim modelos que partem da premissa de geração de valor.
Nesse caso, habilidades digitais e a experiência em escala do fornecedor em outros segmentos e clientes – que normalmente a organização não consegue construir internamente – ajudam a acelerar a implementação de melhorias que pavimentam o caminho para a inovação.
Basicamente, o fornecedor conhece bem o caminho das pedras para várias dessas soluções e pode implementá-las com mais facilidade e eficiência, com base nos sucessos e falhas experimentados no passado – coisa que é mais difícil de ser replicada pelas empresas.
Tais dados indicam que o serviço de terceirização de TI está se desenvolvendo e caminhando para um novo momento junto com as organizações. Agora, por exemplo, as organizações querem direcionar mais seu foco aos negócios e, para isso, precisarão de um modelo de operações de TI mais flexível e enxuto.
3. Não dá para confiar em fornecedores de serviços de TI
Talvez isso seja verdade em alguns casos. Indicadores como turnover alto, mudanças frequentes de processo ou de escopo, falhas em SLAs, falta de proatividade em inovação e adoção de novas tecnologias e ferramentas, baixo nível de investimento ou de intenção de crescimento dentro do cliente podem indicar que você não deva confiar no seu fornecedor de serviços de TI.
Mas só demonstra o quanto a confiança e o relacionamento precisam ser a moeda corrente nos negócios em terceirização de TI. A pandemia, em particular, foi uma boa mostra disso, já que nenhuma empresa a previu em seu planejamento anual. Na prática, para o modelo de terceirização de TI, isso implicou que muitos não tiveram tempo de renegociar novos termos ou SLAs para seus contratos.
Mesmo assim, clientes e fornecedores que trabalharam juntos para salvaguardar tanto colaboradores quanto operações, reduzindo margens, estendendo condições de pagamento e dando apoio incondicional estão conseguindo navegar melhor pela crise.
4. Equipes de TI terceirizadas não são ágeis
As metodologias ágeis provaram o seu valor. Adotá-las dentro dos times de TI não é mais uma questão de se nem de por que, mas de como.
Aliás, é nesse ponto que as organizações, sejam elas clientes, sejam as próprias fornecedoras, podem encontrar dificuldades. Embora fáceis de compreender, muitos frameworks ágeis são contraintuitivos na prática, além de esbarrarem, não raro, em questões vinculadas à cultura e à estrutura organizacional.
5. Terceirização de TI leva à perda de talentos
Organizações perdem – e ganham – talentos a todo o momento, sobretudo em TI, cujas altas taxas de turnover, as maiores do mercado, são bem conhecidas. Então, esse mito sobre a terceirização de TI levar à perda de talentos dentro da organização pouco se sustenta na prática.
Uma organização que sabe comunicar a seus colaboradores qual o propósito de inserir profissionais de TI terceirizados dentro de sua estratégia e o que espera dessa decisão dá a segurança necessária a seu time interno e desfaz quaisquer mal entendidos que possam se originar dessa escolha.
O apoio da equipe interna, com quem a equipe terceirizada precisará, eventualmente, manter algum nível de contato será fundamental, inclusive, para atravessar mais rapidamente a curva de aprendizado e para consolidar um bom relacionamento.
6. Terceirização de TI é commodity
Esse mito sobre a terceirização de TI é oriundo, talvez, de seu próprio sucesso. Mas não é bem assim na realidade.
O outsourcing de TI nem sempre se aplica a processos standard, mas também a processos que demandam habilidades analíticas, técnicas e decisoras avançadas. Já na parte contratual, o outsoucing não pode ser simplesmente standardizado, por mais que adotemos algumas práticas padronizadas.
Cada contrato tem especificidades que o tornam único de acordo com os requisitos de negócio, técnicos, funcionais e financeiros do cliente. E, por fim, depois que os profissionais adentram o ambiente do cliente, o serviço varia ainda mais entre as várias contas.
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