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Apesar de conquistar cada vez mais adeptos e já estar presente em praticamente todos os setores da economia, a terceirização ainda é um movimento que divide muitas opiniões. De um lado, alguns acreditam que esse modelo possa gerar mais postos de trabalho diante do crescimento da informalidade no país.

Existem os que defendem que esse modelo inovador poderá dar mais flexibilidade aos diversos setores, principalmente o da construção civil, que a cada dia encontra mais formas de otimizar os processos e ganhar eficiência para diminuir o tempo dos projetos. 

No outro lado da balança, estão as centrais sindicais, que temem a precarização das condições de trabalho e acreditam que as jornadas de trabalho mais extensas combinadas a remuneração e a direitos trabalhistas bem mais modestos pode levar a um aumento muito grande deste tipo de contrato em relação aos tradicionais CLT. 

Esse cenário ganhou ainda mais discussão quando a nova lei da terceirização possibilitou também a terceirização das atividades-fim das empresas e não mais só das atividades-meio, ou secundárias. Isso significou que as construtoras poderiam delegar qualquer etapa dos seus processos para uma empresa externa, o que trouxe diversas novas oportunidades de negócio. 

Levando tudo isso em consideração, qual o real impacto que a terceirização causa no setor da Construção Civil? Ela ajuda ou atrapalha?  São esses questionamentos que responderemos nesse conteúdo, para que não fique nenhuma dúvida. Preparado?

E aí, a terceirização vale a pena para a construção civil? 

Na grande maioria dos casos, a terceirização se apresenta como uma excelente alternativa para a construção civil. Especialmente nos dias de hoje, em que vivemos um período de forte retração econômica

Isso porque esse modelo favorece, entre outros fatores: ganhos na produção (otimizando tempo) e evitando os problemas de perda de qualidade e eficiência ocasionados pela rotatividade de colaboradores.

Para você entender melhor como da onde vem essas vantagens, veja esse exemplo: ao contar com a parceria de uma empresa especializada, a construtora não precisa contratar sozinha funcionários para as várias etapas da obra. 

Agora imagine se você tivesse que contratar primeiro um pedreiro que assenta tijolo e, depois, um outro que faz revestimento? Ao firmar acordo com a empresa terceirizada isso é evitado porque essas empresas possuem estruturas montadas para atender a essas demandas específicas e tem a expertise para estarem preparadas para atender esse tipo de necessidade.

Além disso, pense que a terceirização abre possibilidades para que o profissional cumpra uma etapa da obra e vá para outra, mantendo o vínculo empregatício (com a empresa contratada).Graças a essa prática constante, esse colaborador vai se especializando, ampliando o conhecimento e suas oportunidades de trabalho. 

Com este tipo de situação, você otimiza o seu tempo e garante ganhos de qualidade para sua obra, ao mesmo tempo que não tem que ficar com a responsabilidade do desligamento de profissionais que não atenderam à sua expectativa.

A construção civil necessita fortemente do modelo de terceirização

O mercado da construção se beneficia muito da terceirização, justamente porque é uma área onde se observa uma grande carência de mão de obra altamente especializada para realizar funções pontuais e específicas no empreendimento. 

Ademais, nem sempre há demanda suficiente para manter esse funcionário no quadro diante de outras funções e por essas razões mencionadas, a terceirização se apresenta como uma saída fundamental para as empresas que atuam no ramo da construção civil.

Só para se ter uma ideia do que isso representa: a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou um balanço em 2016, antes da reformulação da terceirização que mostrava que já naquela época, quase 70% das empresas brasileiras (incluindo as de construção civil) utilizavam serviços terceirizados.

Outro dado desse mesmo estudo impressiona: 84% das companhias que terceirizam pretendem manter (e até ampliar) esse tipo de serviço nos próximos anos. O que mostra que a terceirização não é uma bolha prestes a estourar, e sim um cenário em franco crescimento ao longo dos últimos 4 anos e que promete continuar conquistando espaço. 

Cuidados a serem tomados na hora de terceirizar

Separamos, abaixo, alguns dos principais pontos para se redobrar atenção e não ter problemas ao firmar um acordo de terceirização na construção civil: 

  1. Responsabilidades: mesmo com a responsabilidade da obra sendo do contratante, na modalidade da construção de empreitada há, sim, um compromisso assumido por quem executou o serviço terceirizado. Esses compromissos estão listados na Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
  2. Ajustes no preço: ainda na empreitada, é prevista a execução de contrato por preço ajustado, independente de haver fornecimento de material ou uso de equipamentos. 
  3. Local do serviço: É bom deixar claro, que o serviço pode ser realizado na empresa que contratou o serviço, na própria empresa terceirizada ou, ainda, em outros espaços definidos por quem requisitou a mão-de-obra. 
  4. Clareza no objeto de contrato: um erro muito comum notado pelos órgãos fiscalizadores é a falta de clareza ou erros na indicação do objeto de contrato. Quando não se alinha essa descrição com a Nota Fiscal, por exemplo, muitas empresas acabam assumindo riscos tributários inesperados.
  5. Obrigações: Ao haver necessidade de exigir judicialmente alguma obrigação da empresa terceirizada, esse campo também precisa estar claro sobre o que foi contratado e o que foi entregue.
  6. Bi-tributação: outro equívoco comum é que o modelo de contrato de empreitada prevê (ou não) fornecimento de material; se esse fluxo não estiver bem esclarecido e definido com outros setores, pode acontecer uma dupla cobrança de tributos em cima de insumos utilizados (ou seja, tanto ser pago pela empresa contratante, quanto pela contratada).

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